Não me surpreende o grande número de mensagens que venho recebendo sobre o terrorismo na Europa. Há uns anos o medo era em relação ao terrorismo nos EUA. E nos últimos tempos cresceu a preocupação com a Europa.
“O terrorismo tem esse papel, por natureza a ideia é causar pânico, medo nas pessoas.”
Em uma casa de shows em Paris, em um trem em Amsterdam, no aeroporto de Bruxelas e agora em Istambul. Anos atrás, Madri e Londres também passaram por esses problemas. Entendo o medo que toma conta das pessoas, é natural. O terrorismo tem esse papel, por natureza a ideia é causar pânico, medo nas pessoas.
Mas o terrorismo gera algo ainda pior e com impactos de mais longo prazo: a intolerância.
Enquanto existe a intolerância religiosa de pessoas que geram medo e atentados terroristas, existe o outro lado que cria cada vez mais argumentos e desculpas a fim de construir barreiras ainda maiores entre culturas, religiões e países. Condenando a maioria das pessoas pelo feito de poucos.
É claro que esses eventos têm sérios riscos e merecem atenção. Mas é muito fácil confundir o medo com o risco real. Franklin Roosevelt uma vez disse que “não tinha nada a temer a não ser o medo em si”, e isso me parece bem real.
Eu sei que muitos brasileiros com viagem marcada para Europa, estão pensando em remarcar, alguns que iriam para Istambul com certeza cancelaram. Mas afinal qual o risco real para nós brasileiros que queremos viajar?
“…tão importante quanto as das 116 pessoas mortas todos os dias por arma de fogo no Brasil…”
Nesse atentado em Istambul, até o momento, foram confirmadas 42 pessoas mortas, 42 vidas perdidas por algo tão banal. E não me entenda mal, considero cada vida dessas tão importante quanto qualquer outra no mundo. Inclusive tão importante quanto as das 116 pessoas mortas TODOS OS DIAS por arma de fogo no Brasil, de acordo com a Unesco. Seriam três atentados desse por dia. Esses dados são de 2012 e não acredito que tenha melhorado de lá para cá. Infelizmente, perigoso ainda é o Brasil.
Já estive no aeroporto de Bruxelas e no de Istambul, os mesmos aeroportos dos atentados. Quando me imagino lá na hora desses atentados… sim, eu poderia ser uma dessas vítimas e isso me dá medo, muito medo. Mas olhando friamente, passar por isso seria como uma loteria que ninguém quer ganhar.
A verdade é que o medo do desconhecido faz parte da vida do viajante. Eu tive medo quando fui a Sarajevo, afinal, a cidade tinha estado em guerra poucos anos antes. Tive medo também quando fui ao Marrocos. Ouvia muitas histórias e não sabia direito o que esperar. Também estava com medo do primeiro contato com os muçulmanos quando fui para Turquia. Mas em todos os casos quando eu chegava nos lugares esse medo deixava de existir. É como dizem… você precisa conhecer para entender.
“Precisamos ver a situação de forma fria, e não acho que Istambul, Paris ou Bruxelas amanhã serão mais perigosos do que eram antes do atentado.”
Claro que o terrorismo é algo perigoso e um sério problema nos dias de hoje, mas minhas viagens me ajudaram a separar o medo do terrorismo, do real risco do terrorismo. Precisamos ver a situação de forma fria, e não acho que Istambul, Paris ou Bruxelas amanhã serão mais perigosos do que eram antes do atentado.
SIM! Eu vou continuar viajando, acabei de voltar da Europa. No próximo mês irei novamente e ainda volto até o final do ano levando minha filha. Não sei ao certo como combater o terrorismo, mas acho que uma forma é continuar viajando, aprender mais sobre o mundo, sobre outros países, voltar para casa com uma nova perspectiva do mundo e mostrar para cada vez mais pessoas que conhecer outras culturas e principalmente ser tolerante com outras escolhas pode trazer um mundo melhor para todos.
Realmente o perigo está eminente em qquer lugar e viajar é uma forma de tomar conhecimento como se defender do esmo Na verdade o que precisa ais é de amor entre as pessoas…Sorte a todos
Concordo com você Daniel, também já viajei bastante e quero continuar.
Com certeza nada muda na rotina… Estamos próximos de uma Olimpíadas e o mundo estará voltado seus olhos para o Rio de Janeiro e as chances de um atentado é enorme (isso se não considerarmos que a violência diária da cidade não é um atentado) e nem por isso vamos deixar de ir e participar do evento… Esse ano não tenho programação de ir à Europa, mas ano que vem com certeza estaremos lá, eu e minha esposa…
Penso exatamente assim. Ficamos todos consternados com tanto horror. Pena que a humanidade está cada dia mais ameaçada/aterrorizada por fanáticos/malucos.
Mas, a vida continua. Todos tem seus medos e problemas. Não podemos simplesmente baixar a cabeça e aceitar. Boa viagem para todos .
Certamente, nada muda, a vida tem que seguir seu curso normalmente. Como comentei no teu post no Face, o medo não pode vencer. Vamos em frente, firmes e fortes
Sim continuarei viajando. Passagem comprada para Istambul.
Os atos terroristas não tem me impedido de viajar. Estava em Paris quando aconteceu o atentado ao Charlie Hebdo, participei da manifestação que reuniu milhares de pessoas de todo o mundo; pouquíssimo tempo depois que sai de Bruxelas, em 2015, houve o atentado no aeroporto de lá; em fevereiro, diziam que a Itália seria o próximo alvo do estado Islâmico e fui passar o carnaval lá: Veneza. O medo existe, mas não me paralisa. Nada me aconteceu e, como boa católica, entrego nas mãos de Deus. Hoje, posso contar pros amigos que participei de momentos históricos e saí ilesa. Sei que podia ter sido vítima, mas, se pensar assim, não saio de casa. Moro em Fortaleza, uma das capitais mais violentas do Brasil e nem por isso deixo de sair de casa. No fim, precisamos deixar o medo de lado e partir em busca de realizar nossos sonhos.
Com certeza vou continuar viajando, quando viajo perco o medo pois conheço os lugares mas principalmente, conheço as pessoas. Temos medo do desconhecido, quando ele vira conhecido a maioria dos medos se desfaz. E violência, infelizmente temos em todos os lugares.